terça-feira, 5 de outubro de 2021

Outubro Rosa: A importância da prevenção

Com o propósito de informar e promover a prevenção, o movimento internacional de conscientização para o controle do câncer de mama, o Outubro Rosa, ganha destaque para também disseminar conteúdos preventivos na saúde da mulher, como o encorajamento diante da realização de exames. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), para o Brasil, estima-se que são descobertos 66.280 casos novos de câncer de mama, a cada ano do triênio (2020-2022). O número também corresponde um risco estimado de 61,61 novos casos a cada 100 mil mulheres.
Para a médica ginecologista e acupunturista, que atua nas áreas de saúde da mulher, menopausa e prevenção, Maria Goretti Hamerski, a melhor forma de realizar a precaução ao câncer de mama, é ter hábitos de vida saudáveis, cuidando da alimentação e realizando o exame de toque, bem como a mamografia. Alusivo ao mês, o Jornal Certel de outubro trás uma entrevista com a médica, esclarecendo dúvidas sobre a doença e alertando. 

JORNAL CERTEL – Quais são os principais sintomas do câncer de mama?

MARIA GORETTI HAMERSKI – O sintoma mais comum é o aparecimento de um nódulo ou massa. Porém, o câncer pode apresentar vários sinais como inchaço na mama, nódulo único endurecido, dor na mama ou mamilo, vermelhidão ou inchaço na pele, secreção sanguinolenta ou serosa pelo mamilos e linfonodos aumentados. 

JORNAL CERTEL – A genética é algo que pode influenciar?

MARIA GORETTI HAMERSKI – A genética influencia pouco no desenvolvimento de câncer de mama. Cerca de 5% a 10% do câncer têm origem familiar. Isso significa que, a cada 10 casos, apenas um possui herança familiar. Algumas mulheres que possuem câncer de mama na família, dependendo dos seus hábitos de vida saudáveis, provavelmente não vão desenvolver o câncer. Porém, quando é detectado dentro da família, sempre é importante fazer um exame genético, para ver o tipo de câncer e se outras pessoas podem ter a mesma doença, a fim de implementar a prevenção.

 JORNAL CERTEL – Qual é o primeiro passo, caso observe algum sintoma semelhante ao câncer de mama?

MARIA GORETTI HAMERSKI – O primeiro passo, caso for detectada alguma anormalidade na mama, é procurar um médico ginecologista ou um mastologista, para que possa ser feito o diagnóstico e diferenciar. Às vezes, esses sintomas nem são câncer, pois o câncer não possui o diagnóstico apenas no exame clínico. É feito através dos exames clínicos, exames de imagem e, geralmente, é realizada uma biópsia. Aí sim podemos detectar o câncer de mama. Então, quando aparecem os primeiros sinais, a primeira coisa a fazer é procurar ajuda médica. 

JORNAL CERTEL – Realizamos a prevenção a partir de qual idade?

MARIA GORETTI HAMERSKI – Existe uma discussão na idade da realização de exames para a detecção precoce do câncer de mama. Explicando, o Inca orienta fazer o exame a partir dos 50 anos, já a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) e a Federação Brasileira de Ginecologia e Obstétrica, orientam aos 40 anos de idade. Como se sabe, o risco de câncer de mama é muito grande, principalmente na região sul. Aqui no consultório, orientamos a fazer a partir dos 40 anos e, se caso tiver um histórico familiar, a prevenção deve ser feita desde os 35 anos. 

JORNAL CERTEL – Poderia dar um recado para as mulheres, tanto como conscientização da prevenção e formas de tratamento?

MARIA GORETTI HAMERSKI – Entendemos que o câncer de mama é uma doença que depende muito mais dos nossos hábitos de vida, do que da nossa própria genética. Então, o ideal é que a gente tenha um estilo de vida saudável, pensando que um corpo saudável vai ter mais defesas contra qualquer tipo de doença. Sabe-se que o câncer de mama está muito ligado à obesidade. Nesse sentido, é importante uma alimentação balanceada, com poucos alimentos industrializados e sem agrotóxicos, incluindo a comida orgânica e a prática de atividades físicas. Cuide muito da sua saúde mental e emocional, no sentido de diminuir o grau de ansiedade, negatividade e depressão, buscando ajuda sempre que necessário. Hoje em dia, temos tratamentos precoces com altas chances de cura. O ideal é realizar o diagnóstico precoce para que se consiga detectar e curar a doença. 
 

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